estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2005-01-24

Atão a vaga chega ou não chega (esfregando as mãos, batendo com os pés)?

Depois do insuportável Benfica-0-Beira-Mar-2 e de toda a quantidade de questões e inquietude que levanta em relação à estabilidade psicológica do Trapalhoni, só nos faltava mesmo uma "vaga de frio". Susceptíveis como são, os meus vizinhos saíram hoje à rua como aqueles miúdos que ainda não levaram a vacina e já estão a chorar: encollhidos, tiritando de um frio entre o real e o imaginado. Os habitantes da Avenida do Mar pareciam saídos do pior pesadelo moscovita, com os seus cachecois e barruços e luvas. No comboio, ouvi alguém comentar: " a vaga vem aí, ainda não começou..." De tarde, Lisboa foi presenteada com uns belíssimos e quentinhos raios de Sol. Afinal, a vaga chega ou não chega?