estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2005-04-27


Posted by Hello Tao Nine, a guia modernaça que nos acompanhou em Guilin. É casada com um militar que vive em Xangai e dá graças a Deus por ele estar tão longe. «Na China há leis que protegem o casamento dos militares. Se eu tiver um amante, vou um ano para a prisão». Parece estar-se nas tintas para tudo isso, e não lhe passa pela cabeça saír de Guilin, onde as mulheres de uma minoria étnica podem ter até quatro maridos. «É por isso que eu estou aqui!», diz ela, com o sorriso da foto. É assim mesmo, Tao. Deixa lá o chato do teu marido. «It's your life».