estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2005-10-12

Posted by Picasa As noites no Parque de Campismo de Telc eram frias, no meio do campo e junto a um lago. Em pleno Agosto, a temperatura descia a uns 10 graus. Havia bastante lenha e quase toda a gente fazia fogueiras. A maior e melhor fogueira pertencia a um grupo de checos que cantava até de madrugada, perto da nossa tenda. Na segunda noite, uns jovens franceses estavam a tentar dormir numa tenda mesmo junto à nossa mas os checos não se calavam. De repente, ouvi um deles: "Boubou, Boubou, veste-te, anda. A solução é pegarmos numas cervejas e juntarmo-nos a eles". Os três franceses juntaram-se aos checos mas cantavam mal pra c... e repetia a mesma canção vezes sem conta. Os checos adoraram. Nós, a revirar-nos dentro dos sacos-cama, nem por isso.
A fogueira da foto foi a do primeiro dia. Na noite seguinte, eu e o Pedro, o meu filho mais velho, juntámos uma quantidade de lenha assinalável, isolámo-nos numa zona onde não havia tendas e fizémos um fogo à maneira. Grande alimentador da fogueira: O Pedro, mais o montão de palha seca e as dezenas de pinhas que caçara durante o dia.