estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2006-05-19

Posted by Picasa E num fim de tarde, cheguei-me à recepção do hotel e perguntei à recepcionista, Sabrina, se me podia aconselhar um lugar para escutar rai. Ela abriu muitos os olhos, deu dois passos para trás e perguntou: "Você quer ouvir rai?" Disse-lhe que sim. Depois de um ou dois minutos de espanto e depois de me ter dito que eu devia ficar até ao dia 17 de Maio porque as grandes estrelas do rai, incluindo Khaled, iam cantar no Zenith, pegou no telefone e...recomendou-me ao Bob. O Bob, o segundo a contar da esquerda, é o dono de um bar argelino em Ivry, onde todas as paredes estão cheias de retratos e o tecto coberto de discos de vinil. Como a zona, a sul do centro de Paris, está infestada de portugueses (no bom sentido), lá tivemos de encontrar um português, casado com uma argelina (o da extrema direita). Os dois homens do meio são os cantadores da noite. O do bigode é tio da Sabrina.