estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2006-01-04

UM ERRO MEDIÁTICO, UMA TRAGÉDIA HUMANA

21273053[1]
Hoje de manhã, um número considerável de jornais norte-americanos noticiavam que os mineiros presos numa obscura mina da obscura cidade mineira de Tallmansville, no Estado de West Virginia, nos Estados Unidos, estavam vivos. As famílias foram, cerca da meia noite, erroneamente informadas de que 12 dos 13 mineiros estavam vivos para mais tarde, perto das 3h00, serem informados que apenas um sobrevivera.
Aparentemente, quando os socorristas chegaram junto dos 12 sobreviventes, começou a correr a informação através de telemóvel de que estes estariam vivos quando, na realidade, os seus sinais vitais ainda estavam a ser checados pelos paramédicos. Até o governador do Estado anunciou que estavam vivos.
No entanto, enquanto bastaram 20 minutos para confirmar que os homens tinham falecido, as famílias só foram informadas três horas mais tarde do tremendo equívoco que havia sido cometido. "Quando a má notícia foi dada às famílias, não houve um pedido de desculpas, nada", contou Nick Helms, filho do mineiro falecido Terry Helms.
Foi o caos, a dor e a revolta na Igreja onde os familiares estavam concentrados e rebentou mesmo um incêndio. Polícias de intervenção posicionaram-se nas estradas próximas da igreja.
Os jornais noticiavam que os mineiros estavam vivos, erradamente.
Agora, o caso horrendo de Tallmansville, dá que pensar por diversas razões: Como é possível ter sido posta a circular uma "notícia" sem confirmação, porque é que os familiares e os media não foram imediatamente informados do erro e como é que jornais conceituados como o "New York Times" ou "Los Angeles Times" noticiam a notícia errada sem um pestanejar, uma dúvida, um pedido de confirmação.