O 25 de ABRIL
No dia 24 cheguei a casa às 9h00, 9h30 da noite. Foi o tempo de jantar e arrancar para Lisboa. Percorremos várias ruas desertas e desoladas da Baixa até chegarmos ao Largo do Carmo onde decorria um arraial. O espaço era claustrofóbico e quase não se conseguia circular pelas bancasde associações e grupos de esquerda. Saímos, ainda passámos numa triste e abandonada Praça do Comércio, ainda ouvimos uma musiquita no O'Gillins onde havia cravos vermelhos em todas as mesas e apanhámos o cacilheiro que transporta carros. A noite estava morna, havia namorados pendurados nas beiras do barco misturados com trabalhadores negros e as motorizadas do costume. De repente, lá para a meia noite e meia, o show começou. À nossa frente, enquanto o barco deixava para trás as luzes de Lisboa, surgiam três fogos de artifício: Um no Barreiro, outro no Seixal e um terceiro, mais próximo, mais brilhante, mais grandioso, em Almada. Calcorreámos juntamente com muita gente o percurso de Cacilhas à Praça São João Baptista. Quando lá chegámos, não estavam mil nem duas mil pessoas a assistir ao espectáculo do Boss Ac num enorme palco. Estavam muitas milhares de pessoas. Era impossível chegar à zona principal. Havia gente nas varandas e escadaria do edifício do lado esquerdo, lá ao fundo, a uns bom 300, 400 metros do palco. Na avenida, havia farturas, bifanas, gente a circular para cima e para baixo de cravo na lapela. O mais engraçado foi por volta das duas e meia da manhã quando encetámos o regresso a pé em direcção à Costa da Caparica. No chão, meio rasgado, encontrei um artigo meu publicado nesse dia, assinado e tudo! Primeiro, gritei para os meus filhos: "Ei, olha o meu artigo!" Depois, dei um chuto no papel e fartei-me de rir. Grande 25 de Abril!
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