Acordei do meu sonho e recordações de Ushuaia quando o comandante anunciou a aproximação ao Cabo Horn. Dois botes da tripulação do Mare Australis baixaram para avaliar da possibilidade do contigente de turistas americanos, franceses e latino-americanos desembarcar naquele simultâneo hino à desolação e desafio aos mais intrépidos marinheiros. No deck do cruzeiro, sob a agitação das ondas austrais, torci para que tudo desse certo. Queria pisar o cabo, cheirar-lhe a terra, fazer-me fotografar junto à mais solitária das bandeiras chilenas, colocada em cima do telhado da caserna onde dois marinheiros do Chile vivem por dois meses.
Pela lente do telescópio do deck superior, pude ver à distância um mínusculo marinheiro a descer as escadas que transportam os visitantes até ao topo da ilha- o Cabo Horn é uma ilha de falésias e escarpas esverdeadas pelo musgo, sem árvores, sem vida- a transportar uma caixa do que supus mantimentos e os botes a regressarem ao navio.
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