estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2006-10-30

GLACIARES SENO E CHICO

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Ao terceiro dia, o Mare Australis navega pelo esplendor glacial do Canal Beagle. Um a um, do lado direito do navio sucedem-se os glaciares da grande cordilheira Darwin. Todos os dias, o café dos madrugadores é servido no salão Yamana às 7h00. O salão é o espaço privilegiado para quem quer apreciar em sossego a navegação entre as paredes rochosas, as águas turvas e salpicadas de gelo do Canal Beagle. Desde muito cedo que alguns turistas, munidos de binóculos e livros abertos sobre o colo, se deixam ficar a apreciar a paisagem austral que emerge entre a neblina.
Nesse mesmo dia, desembarcamos de bote no seno Chico, um fiorde de mais de 11 quilómetros perto do qual se escondem dois glaciares o Piloto e o Nena. É nestes desembarques que se pode vivenciar mesmo o privilégio de atravessar o Canal Beagle: pequenos blocos de gelo bóiam junto aos zodiacs, água escorre das montanhas, o ar frio acelera-nos a curiosidade e a expectativa. De repente, um virar de esquina e lá estão eles, os glaciares Piloto e Nena, uma pequena amostra do mundo de gelo que se esconde na Cordilheira Darwin.