estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2006-10-29

EL CALAFATE

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Para chegar junto ao Perito Moreno, a melhor base para os viajantes vindos do norte é aterrar em El Calafate. Nos anos 80, a cidade, perto do Lago Argentino, o terceiro maior da América do Sul, praticamente não existia. Tudo o que havia, no meio da estepe da Patagónia argentina, dizem aqueles que conheceram a povoação antes do grande boom turístico, era uma rua.
Hoje, além de um moderno aeroporto construído perto do enorme e azul marinho Lago Argentino, existem cafés, restaurantes, lojas de souvenirs e uma míriade de hotéis confortáveis que alojam as excursões e os turistas que desejam conhecer o Parque Nacional de Los Glaciares. Se sairmos um pouco da rua principal, no entanto, ou se subirmos a um pequeno morro seco e amarelado que permite ver a povoação, tudo o que nos resta é a estepe e o frio seco da Patagónia.