estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2006-11-28

WAR ON REAL JOURNALISM AND REAL PEOPLE

Soube hoje de uma ex-colega minha que esta há mais de duas semanas, sem secretária, computador, ou funções. Isto passa-se no Vale do Ave? Em Rio Tinto? Numa empresa de lanificios da Cova da Beira? Infelizmente, passa-se num jornal de Lisboa, em 2006. Existe neste momento uma guerra surda, lenta e aterrorizante dentro dessa mesma empresa
criada e fundada em democracia e que se transformou na ditadura pessoal e intransmissivel de um homem. Que Deus lhe perdoe.