INQUIETAÇÕES EM LAGOS
O SUICÍDIO NA ESQUADRA DA PSP DE LAGOS OU ALGO QUE NÃO ME SAI DA CABEÇA
A vida de jornalista é assim. Alguém nos entra pela mente dentro quando menos se espera. Foi o que aconteceu no domingo. Estava à espera de um dia calmo numa redacção vazia quando o correspondente no Algarve me diz que há um caso para investigar no Algarve. Alguém se teria suicidado na esquadra da PSP de Lagos depois de ter andado à pancada com um polícia à paisana num bar.
Liguei para a PSP de Lagos. O comandante não estava, o oficial de dia não estava, ninguém podia confirmar a história. Liguei para o Comando da PSP de Faro. Na primeira chamada, o oficial de dia não estava no gabinete. Na segunda chamada, estava a caminho de Lagos. Liguei para os hospitais de Lagos e Portimão. Não sabiam de qualquer cadáver que ali tivesse entrado naquela noite.
O correspondente do Algarve disse-me, entretanto, que recebeu a informação de que a PSP ía enviar um comunicado. Ligo para o Comando Geral, em Lisboa, não podem dizer nada porque compete primeiro a Faro dar a notícia.
Quando o comunicado chega, diz mais ou menos isto: Que um indivíduo se suicidou às 5h20 de domingo numa cela da esquadra de Lagos depois de ter sido detido às 4h00. No comunicado não é mencionado nem o local nem o porquê da detenção.
Aconteceu o correspondente no Algarve ter contactos em Lagos. Passou-me um número de telefone de uma testemunha ocular do que se passou na madrugada de domingo no BAR GRAND CAFÉ, em LAGOS. Há mais testemunhas mas tiveram receio de falar com medo de represálias.
O que a testemunha conta é que José Reis, 30 anos, instrutor de windsurf e nadador salvador durante o Verão na Meia Praia, se desentendeu dentro do bar com um graduado da PSP, muito conhecido na cidade e frequentador da noite, que se encontrava ali à paisana.
A testemunha diz que ambos já se conheciam e que se fala de problemas anteriores entre eles.
José Reis terá provocado o graduado? A testemunha diz que só deu conta do que se estava a passar quando sentiu a garganta e os olhos a arder.
"O polícia mandou spray para dentro do bar. Se estava cheio? Estava muito cheio. Eu tive de vir cá para fora. Até o segurança levou com o spray".
O polícia à paisana e o instrutor de windsurf agridem-se mutuamente? O que a testemunha conta é que o graduado chama reforços. "Vieram cinco ou seis polícias que caíram em cima do José Reis. Eram todos a bater, ele no chão e eles todos a bater. Parecia que os maus eram os da polícia, nunca vi nada assim".
E o spray? "Um dos polícias perguntou ao graduado: Porque é que usaste o spray aí dentro? Ele pegou no spray e meteu-o dentro de um pano ou de um guardanapo".
José Reis é levado cerca das 4h00 da manhã para a esquadra da PSP de Lagos.
O "Diário de Notícias" de segunda-feira conta que ele telefonou, da esquadra, à irmã, advogada em Lisboa, pedindo um advogado
Às 5h20 é encontrado enforcado com as calças de ganga.
Segunda-feira, o Hospital de Portimão confirmou o suicídio por enforcamento (Agência Lusa)
Compete à justiça averiguar o que se passou na esquadra da PSP de Lagos mas não deixa de me inquietar o seguinte:
A PSP de Faro ter-se-á escusado a explicar domingo à Agência Lusa onde e porque é que José Reis tinha sido detido, com o argumento de que "a família tinha pedido discrição".
Porque é que Reis pediu um advogado e se suicidou em seguida?
Que problemas teria Reis com o graduado? Quem é esse graduado de quem toda a gente parece ter medo? Finalmente: O que teria sido se, em vez do Grand Café de Lagos e da esquadra da PSP de Lagos, tudo se tivesse passado no Kremlin e depois, na esquadra da PSP da Praça do Comércio? Alguém que me responda.
A vida de jornalista é assim. Alguém nos entra pela mente dentro quando menos se espera. Foi o que aconteceu no domingo. Estava à espera de um dia calmo numa redacção vazia quando o correspondente no Algarve me diz que há um caso para investigar no Algarve. Alguém se teria suicidado na esquadra da PSP de Lagos depois de ter andado à pancada com um polícia à paisana num bar.
Liguei para a PSP de Lagos. O comandante não estava, o oficial de dia não estava, ninguém podia confirmar a história. Liguei para o Comando da PSP de Faro. Na primeira chamada, o oficial de dia não estava no gabinete. Na segunda chamada, estava a caminho de Lagos. Liguei para os hospitais de Lagos e Portimão. Não sabiam de qualquer cadáver que ali tivesse entrado naquela noite.
O correspondente do Algarve disse-me, entretanto, que recebeu a informação de que a PSP ía enviar um comunicado. Ligo para o Comando Geral, em Lisboa, não podem dizer nada porque compete primeiro a Faro dar a notícia.
Quando o comunicado chega, diz mais ou menos isto: Que um indivíduo se suicidou às 5h20 de domingo numa cela da esquadra de Lagos depois de ter sido detido às 4h00. No comunicado não é mencionado nem o local nem o porquê da detenção.
Aconteceu o correspondente no Algarve ter contactos em Lagos. Passou-me um número de telefone de uma testemunha ocular do que se passou na madrugada de domingo no BAR GRAND CAFÉ, em LAGOS. Há mais testemunhas mas tiveram receio de falar com medo de represálias.
O que a testemunha conta é que José Reis, 30 anos, instrutor de windsurf e nadador salvador durante o Verão na Meia Praia, se desentendeu dentro do bar com um graduado da PSP, muito conhecido na cidade e frequentador da noite, que se encontrava ali à paisana.
A testemunha diz que ambos já se conheciam e que se fala de problemas anteriores entre eles.
José Reis terá provocado o graduado? A testemunha diz que só deu conta do que se estava a passar quando sentiu a garganta e os olhos a arder.
"O polícia mandou spray para dentro do bar. Se estava cheio? Estava muito cheio. Eu tive de vir cá para fora. Até o segurança levou com o spray".
O polícia à paisana e o instrutor de windsurf agridem-se mutuamente? O que a testemunha conta é que o graduado chama reforços. "Vieram cinco ou seis polícias que caíram em cima do José Reis. Eram todos a bater, ele no chão e eles todos a bater. Parecia que os maus eram os da polícia, nunca vi nada assim".
E o spray? "Um dos polícias perguntou ao graduado: Porque é que usaste o spray aí dentro? Ele pegou no spray e meteu-o dentro de um pano ou de um guardanapo".
José Reis é levado cerca das 4h00 da manhã para a esquadra da PSP de Lagos.
O "Diário de Notícias" de segunda-feira conta que ele telefonou, da esquadra, à irmã, advogada em Lisboa, pedindo um advogado
Às 5h20 é encontrado enforcado com as calças de ganga.
Segunda-feira, o Hospital de Portimão confirmou o suicídio por enforcamento (Agência Lusa)
Compete à justiça averiguar o que se passou na esquadra da PSP de Lagos mas não deixa de me inquietar o seguinte:
A PSP de Faro ter-se-á escusado a explicar domingo à Agência Lusa onde e porque é que José Reis tinha sido detido, com o argumento de que "a família tinha pedido discrição".
Porque é que Reis pediu um advogado e se suicidou em seguida?
Que problemas teria Reis com o graduado? Quem é esse graduado de quem toda a gente parece ter medo? Finalmente: O que teria sido se, em vez do Grand Café de Lagos e da esquadra da PSP de Lagos, tudo se tivesse passado no Kremlin e depois, na esquadra da PSP da Praça do Comércio? Alguém que me responda.
1 Comments:
At 2:03 da manhã, Knuque Mo said…
tudo o que aconteceu é de facto cruel e atolambado, mas ui... é muito longe de Lisboa.
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