estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2005-05-06

Cumplicidades blogosféricas

Mais uma achega sobre o funcionamento cada vez mais complexo, palaciano e cúmplice da blogosfera:

"O que é entronizado é bom"

Agora desatou tudo a responder ao mesmo questionário sobre livros (é aquela coisa que começa pelo “Fahrenheit 451”). Intriga-me esta tendência que convoca o feérico desejo de massificar e repetir os registos. E a verdade é que dezenas de blogues tentam inventar originalidades em forma de beco invisível. Como se a blogosfera fosse uma tertúlia de amigos e não um conjunto de dispositivos onde se processam expressões. Como se ter e escrever num blogue implicasse uma inevitável rede de afectos e de ternas familiaridades (de que se falará, por exemplo, num encontro de blogues?).Juro que, qualquer dia, ainda espalho pela blogosfera uma pergunta do género: “O que faz nos tempos livres?” (a minha resposta é, aviso já: "Jogo ao monopólio"). No Miniscente