A TRIBO DO FUTEBOL


Se em Portugal, fosse diferente, eu ficaria admirado. Portanto, quando o meu colega e amigo Tiago saltou de alegria ao assistir ao terceiro golo do Az Alkmaar, eu não aplaudi mas compreendi. Afinal, ele fez apenas o que muitos aquela hora estariam a fazer em Portugal inteiro. E quando, minutos mais tarde, saí à rua e um grupo de jovens adeptos sportinguistas festejavam a vitória gritando " SLB, SLB, filhos da puta, SLB", eu encolhi os ombros. O futebol é tribal, feito de rituais e de preceitos próximos da religião que nada têm a ver com o facto de se ser desta ou daquela nacionalidade.
Afastados por momentos os resquícios tribais, e apelando ao mais cristão que há em mim, sei que há um grupo de pessoas, todas elas sportinguistas, todas elas minhas amigas, colegas e familiares, que estão neste momento muito felizes: O Pedro Caldeira Rodrigues, que há dias simulou queimar o meu cartão de sócio do SLB com o seu isqueiro; A Mariana; o Jorge Pombo; o Mário; o meu sogro; o Zé Mateus, que passa a vida a deitar abaixo o emblema do Benfica que tenho em cima do móvel junto à secretária; o meu Tio Jorge, que deve ter curtido em Norwich a notícia; o Fernando Magalhães, o Marco Vaza, o Paulo Curado, o Luciano Alvarez, o Carlos Filipe...é tudo pessoal porreiro...deu-lhes para ali, o que se há-de fazer?
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home