estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2005-05-23

ULTRAS= BARBÁRIE= INTOLERÂNCIA= RACISMO

Li hoje na edição online do PUBLICO.PT um comentário magnífico de um leitor de Ermesinde sobre os incidentes de ontem na Avenida dos Aliados e o cancro barbárico em que se transformaram as piores claques organizadas:

"Para quando uma investigação séria e jornalística sobre as ligações entre claques como os NN, a JL ou os SD e as SAD dos clubes? Como são apoiadas? Quem está por detrás deste apoio? Digo investigação jornalística, porque a outra, só a miséria da Justiça que temos a consegue sonegar! Depois, ninguém no seu perfeito juízo consegue iludir a ligação de certas claques a movimentos neo-nazis, proibidos constitucionalmente. Mas a burrice nacional ainda não viu que os NN benfiquistas são uma cruz gamada nazi disfarçada? Cruzem-na! Alguém duvida da simbologia da cruz céltica adoptada em algumas bandeiras dos SD? Alguém dúvida do deliquente que é o FM da Juventude Leonina? Alguém não conhece "O Macaco", esse miserável deliquente dos Super Dragões, ou o bandalho cobarde que ameaçou o Mourinho? Tenham vergonha,, autoridades e poder político do meu país! Tenham vergonha, tristes dirigentes dos clubes nacionais que permitis e incentivais estes arruaceiros, estes energúmenos aprendizes de qualquer coisa que não de homens! "

Na realidade, os únicos incidentes na festa benfiquista de ontem, tiveram elementos das claques como responsáveis. A invasão no Estádio da Luz, cerca das 4h30 da manhã, foi feita por membros dos No Name Boys, sobretudo, enquanto a maioria dos benfiquistas lhes chamava "palhaços".
O futebol português precisa, para se regenerar, de seguir o exemplo britânico: Tirar os hooligans dos estádios, mandar calar os dirigentes e devolver os lugares nos estádios às famílias que querem assistir a 90 minutos de futebol.
Porque é que ainda não foram banidos dos estádios "adeptos" como aqueles que o leitor referiu em cima? Porque é que o Fernando Mendes, líder da Juventude Leonina, continua a ir aos estádios depois das invasões que já realizou e da violência que instigou. E o que dizer dos elementos dos NN Boys que no recente Benfica-Sporting andaram a agredir impunemente casais sportinguistas no perímetro do Estádio da Luz? E o que dizer daquele cara de menino líder dos Super Dragões que diz que nunca faz nada e mandou ontem os capangas para a Avenida dos Aliados?
Última pergunta: Quanto gasta a PSP e o MAI por ano a proteger as claques umas das outras? Quantos adeptos anónimos são agredidos porque a polícia está ocupada a proteger e controlar a saída e entrada das claques no estádio?