NOTHING I CAN DO
Parece um submarino atingido por um torpedo mas que tarda em afundar-se. Vagueia pela redacção como um sonâmbulo. Eu sou amigo dele e vejo-o dia para dia a descer às profundezas, sentado vezes sem conta no aquário envidraçado que criaram para os fumadores. Fala pouco, arranco-lhe um sorriso cansado com dificuldade e pergunto-me o que posso fazer. Os olhos entristecidos dizem-me que nada. Abraço-o, dou-lhe uma palmada nas costas, digo-lhe que precisamos dele ali. "Não devias estar a ir-te abaixo". Pousa o cigarro, a barba por aparar, dá mais uma fumaça: "Mas estou, o que é que tu queres..."
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