estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2006-01-30

Não nevou na Caparica...

Estava tão excitado com a possibilidade de nevar na Caparica que pelas 3h00 da tarde olhei pela janela de casa do meu sogro e entre os pingos de chuva jurei ver flocos minúsculos e enfezados do que deveria ser neve. E então gritei alto e a plenos pulmões como um marinheiro a avistar terra: "Está a nevar!" Precipitou-se tudo para a janela e ninguém viu nada. Eu juro que vi o que me pareceu serem flocos do que poderia e deveria ter sido neve. Porque se neva praticamente em todo o lado, se neva em Vendas Novas, se neva em Monchique ou em Arraiolos, é uma vergonha que não tenha nevado na Costa da Caparica. De qualquer forma, recebi a informação consoladora, através da minha mãe, de que não, também não nevou em Aveiro. Ao princípio da noite, soube que as empregadas da churrascaria cubana aqui em Santo António by the sea, juram ter visto neve. Terá sido o Alejandro que lhes deu uns mojitos e elas...hein, que acham, hein?

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