Ramal de Moura
No meio da planície amarela, uma mancha esverdeada de oliveiras lá ao fundo, jaz uma estação ferroviária abandonada. Um grupo de andorinhas chilreia e brinca em cima de um fio de electricidade. Ervas altas amareladas invadem os carris e a plataforma. Na gare, há vestígios de uma fogueira. O vento sopra por entre as frinchas da porta de madeira de um armazém. No meio do nada, um hino à desolação há um relógio, enferrujado, que ficou para sempre com o ponteiro nas oito horas. O vento sopra as folhas de uma laranjeira, agita um outro pé de vinha e sacode as placas de zinco meio soltas do armazém. Há dez anos passava ali um comboio. Dir-se-ia o cenário de um filme de Wim Wenders.
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