PROUD TO BE PORTUGUESE ou os intelectuais portugueses e a crise das bandeirinhas
É tão fácil ficar em casa, por detrás dos cortinados, como certas figuras queirosianas, a espreitar os vizinhos a colocar as bandeiras na janela ou nas varandas. É tão fácil criticar o "patriotismo foleiro" ou o "nacionalismo rasca", citar meia dúzia de intelectuais que se leu apressadamente e condenar o povo por querer ser feliz. Ainda para mais, um povo, o português, que um destino fatalista e fadista tinha marcado para ser triste e tímido e fechado na sua concha. Deixem-nos ser portugueses, alegres e foleiros...vá lá, só uma vez...depois já podem voltar a comentar os subsídios para o novo cinema português ou a poesia desencantada da nova geração. Deixem-nos gritar golo, cuspir no chão, beber cerveja, comer tremoços e gritar quando o Pauleta falha mais um golo: "Foda-se!"
E mais uma coisa: A ti emigrante do Pico, que uma vez me mostraste orgulhosamente na tua ilha claustrofóbica um cadillac trazido da América com uma placa onde se lia "proud to be portuguese", a ti dedico a bandeira que coloquei na varanda neste Europeu, que já coloquei em 2000 e em 2002.
E mais uma coisa: A ti emigrante do Pico, que uma vez me mostraste orgulhosamente na tua ilha claustrofóbica um cadillac trazido da América com uma placa onde se lia "proud to be portuguese", a ti dedico a bandeira que coloquei na varanda neste Europeu, que já coloquei em 2000 e em 2002.
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