Simuladores
Depois desse gigantesco fenómeno de massas e simulação colectiva que foram os festejos do pós Portugal-Espanha (ver análise de EPC no texto anterior), recolhemos alguns depoimentos de seres humanos, perdão, simuladores:
O cirurgião Eduardo Barroso no jornal "A Bola" : Senti esta vitória como qualquer cidadão, talvez com mais consciência do perigo do enfarte de miocárdio. Exultei com a exibição e hoje, no hospital, constatei que os meus doentes estavam muito melhores. Aquela vitória fez-lhes muito bem. Os meus doentes agradecem à selecção".
Humm...não estariam os doentes de Eduardo Barroso a simular essa felicidade? Um começa a gritar da cama 4, sala 2 "Viva Portugal" e quando damos por ela está a cirurgia I em peso aos vivas. Além de que, vivendo os pacientes e acamados um processo doloroso de prostração e resignação perante a doença, sejam mais vulneráveis à facilidade do festejo. Festejam porque lhes alivia as dores e os outros, nas camas ao lado, sentem-se estimulados a simular a alegria e a festejar também porque, no fundo, querem ser todos não doentes, querem ser todos gente sadia...
O poeta Manuel Alegre, esse, fartou-se de simular. Eis o que relatou ao jornal "A Bola": Vi o jogo no estádio. Com muita intensidade. Em festa e sofrimento. Angústia antes do jogo, festa no golo, sofrimento até final e de novo festa no fim. Vivi um dos momentos mais felizes da minha vida (...) O povo tem direito à alegria. E porque não ser o futebol a dar-lhe a oportunidade de exercer esse direito? (...)"
Humm...o poeta é um fingidor...finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente...
O cirurgião Eduardo Barroso no jornal "A Bola" : Senti esta vitória como qualquer cidadão, talvez com mais consciência do perigo do enfarte de miocárdio. Exultei com a exibição e hoje, no hospital, constatei que os meus doentes estavam muito melhores. Aquela vitória fez-lhes muito bem. Os meus doentes agradecem à selecção".
Humm...não estariam os doentes de Eduardo Barroso a simular essa felicidade? Um começa a gritar da cama 4, sala 2 "Viva Portugal" e quando damos por ela está a cirurgia I em peso aos vivas. Além de que, vivendo os pacientes e acamados um processo doloroso de prostração e resignação perante a doença, sejam mais vulneráveis à facilidade do festejo. Festejam porque lhes alivia as dores e os outros, nas camas ao lado, sentem-se estimulados a simular a alegria e a festejar também porque, no fundo, querem ser todos não doentes, querem ser todos gente sadia...
O poeta Manuel Alegre, esse, fartou-se de simular. Eis o que relatou ao jornal "A Bola": Vi o jogo no estádio. Com muita intensidade. Em festa e sofrimento. Angústia antes do jogo, festa no golo, sofrimento até final e de novo festa no fim. Vivi um dos momentos mais felizes da minha vida (...) O povo tem direito à alegria. E porque não ser o futebol a dar-lhe a oportunidade de exercer esse direito? (...)"
Humm...o poeta é um fingidor...finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente...
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