estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2004-10-31

Ivetinha! Um beijo!

É verdade, acabei de regressar do Pavilhão Atlântico e do show da Ivete Sangalo. Melhor momento da noite? Milhares de pessoas a cantar "Se eu não te amasse tanto assim". Oh vozeirão baiano, essa voz vem lá do sertão, de Juazeiro, do Rio São Francisco... Um beijo, Ivetinha, tu sabe que tem um fã aqui nessa estrada perdida de sertão português, tu não sabe? Eu gosto do seu jeito simples, muito povão, muito suor, muito sincero, de todo esse afecto, viu? Gosto de você, do coração!

Se eu não te amasse tanto assim
Ivete Sangalo

Meu coração
Sem direção
Voando só por voar
Sem saber onde chegar
Sonhando em te encontrar
E as estrelas
Que hoje eu descobri
No seu olhar
As estrelas vão me guiar
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vi
Dentro do meu coração
Hoje eu seiEu te amei
No vento de um temporal
Mas fui mais
Muito além
Do tempo do vendaval
Dos desejos de um beijo
Que eu jamais provei igual
E as estrelas dão um sinal
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração