estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2004-12-27

Sri Lanka no pensamento

Em Abril de 2003 , aluguei uma bicicleta a um casal simpático de Mirissa, Sri Lanka e desci a costa até Welligama, a dizer adeus aos populares e sobretudo, às crianças, que sempre meio despidas, jogavam criket junto à estrada. Em Abril do ano passado, comprámos artesanato numa loja em frente ao mar, na baía de Welligama, tomámos uma bebida no velho Galle hotel, em Galle, tirámos uma foto com uma simpatiquíssima empregada em sari, percorremos todo o centro de Galle, festejámos o primeiro de Maio em Unawatuna, com os locais. Lembro-me que estava farto de me sentir fechado no universo turístico do Unawatuna Beach Hotel, em frente ao mar e desci a baía onde nos juntámos à multidão de cingaleses a festejar o feriado com cerveja e arak. Agora, é inevitável pensar em todos aqueles lugares na praia ou junto à praia e nas pessoas, sobretudo locais, que conhecemos, nos transportaram, nos serviram em restaurantes precários, em madeira, à beira do mar. Em Tangala mas também em Mirissa, Weligama, Galle, Unawatuna... Sri Lanka no pensamento.