estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2005-06-14

LIVE AT THE FILLMORE


Ela nunca gravara um album ao vivo. A dúvida residia em saber se conseguiria transmitir numa sala de concertos e perante uma audiência a mesma ambiência romântica, carente e quase desesperada que imprime aos discos em estúdio. A resposta é um simples sim. A autenticidade é total, Lucinda reproduz ao vivo a mesma matriz solidão/tristeza/ desolação, bem apoiada pela pedal steel e a descrição da bateria de Jim Christie. Ao contrário do DVD "Live From Austin Texas", em "Live At The Fillmore" não canta os clássicos ("Passionates Kisses", "Something that happens when we talk") mas deixa-nos com uma maioria de temas recentes, todos eles magníficos. Ouçam "Blue", "Overtime" ou "Reason to cry". Tal como em estúdio, Lucinda Williams deixa em palco o que lhe vai na alma. Magnífico. Um disco para ouvir repetidas vezes, de preferência à noite.


Lucinda Williams
"Live At The Fillmore"
Posted by Hello