estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2005-09-15

BENFICA SEMPRE

A vitória sobre o Lille foi sofrida, foi. O Lille joga pouco, joga. O Geovanni não esteve a fazer nada em campo, não. Devemos exigir mais da equipa e de jogadores como o Nuno Gomes, sim. Mas o Benfica é a nossa equipa e se vamos ao estádio é para a apoiar. A equipa precisa de apoio agora, que vive uma crise de confiança e de adaptação aos métodos do treinador. Por isso acho absolutamente lamentável o comportamento de algumas pessoas que de cachecol do glorioso ao pescoço passam 90 minutos a enxovalhar e insultar jogadores, a antecipar golos do Lille e a descarregar na bancada a frustração do dia-a-dia. Ontem, calharam-me dois sujeitos desses atrás de mim, um dos quais presumi que trabalha numa instituição bancária e escolhe o futebol para descarregar recalcamentos. Gostaria que pessoas dessas ficassem em casa e que os adeptos seguissem o exemplo dos fãs do Celtic ou do Glasgow Rangers, por exemplo. O Glasgow Rangers vinha de uma série de maus resultados e venceu o FC Porto muito graças ao apoio incondicional do ambiente criado no Ibrox Park.