estradas perdidas

Atrás de casa, encoberta por tufos de erva daninha, silvas e bidões abandonados, o comboio de janelas iluminadas vinha das Quintãs e silvou depois do túnel em curva, em direcção a Aveiro. Ali ao lado há uma estrada, a minha primeira estrada. Mulheres e homens cruzam-na impelindo teimosamente os pedais das bicicletas. Junto à vitrine de um pronto-a-vestir lê-se "Modas Katita". De uma taberna, saem dois homens que se dirigem para duas Famel-Zundapp. Estrada perdida.

2006-01-31

Linka-me que eu linko-te...Acabem com isto!

O Estradas Perdidas está totalmente de acordo com o que Pacheco Pereira escreveu no Abrupto acerca da última polémica da blogosfera e a sua estratégia grupal. Falam da política e do futebol mas na cultura é a mesma merda! Linka-me aqui que eu linko-te ali!

"Nota certeira no Esplanar contra a troca grupal de elogios mútuos, uma das pragas da blogosfera, herdeira do mesmo tipo de atitude já antiga nos nossos meios literários. O problema é sempre o mesmo, e já é o mesmo há muito tempo: os bens são escassos e não chegam para todos. E há hoje no mundo literato vários sistemas e subsistemas grupais competindo pelos mesmos "bens", influência, artigos, colunas, programas de televisão, entrevistas, promoções, editoras, colóquios. É fácil criticar o Jornal de Letras (e merece-o bem) e a sua coterie, mas já é escassíssima a atenção crítica a outros grupos como o que ia do defunto DNA, para o grupo do "É Cultura, Estúpido", ou as Produções Fictícias, no mercado dos "produtos culturais" e do entretenimento. Há uma mudança geracional inevitável, mas os vícios mantêm-se. Os bens também continuam a ser escassos".