Cenas campestres
"Estive três horas em Condeixa com o carro bloqueado no meio da confusão...deixei lá o carro e fui festejar. Dá-me uma mini", diz o vendedor de bebidas num remoto café da obscura aldeia de Ana de Aviz, concelho de Figueiró dos Vinhos. O café tem uma latada a cobrir a pequena esplanada que dá para um muro branco rematado a tijolo que a separa da estrada. Debaixo da latada, há sempre um ou outro aldeão a ler "A Bola", o "Record" ou o "Correio da Manhã". Agora, em plena febre do Euro, a proprietária colocou a televisão e o aparelho de recepção por cabo debaixo da latada. Assim, os clientes podem ver os jogos à fresca enquanto beberricam as minis ou enfiam pela goela abaixo aqueles copos redondinhos de branco quase gelado.
Por esta altura, o campo anda feliz. Ele é bandeiras portuguesas nos mais improváveis dos cenários: Uma bandeira irrompe colorida no meio de um campo de milho, outra agita-se ao vento presa por arames a uma chaminé antiga e as vinhas perderam a unanimidade do verde para se pintalgarem de vermelho. Aldeões circulam em motorizadas ou camionetas de caixa aberta com bandeiras desfraldadas. "Uh, aqui no dia do Portugal-Inglaterra foi uma loucura", conta a filha do dono do Café Maçudo, na aldeia das Bairradas, a cinco quilómetros de Figueiró dos Vinhos. "Estava pessoal até na rua..." O pior é que o Zé Luís, dono do Maçudo, instalou uma televisão grande no salão dos jogos para toda a gente poder ver o jogo mas esta estava sintonizada na Sport TV e tinha um desfasamento de três segundos em relação ao televisor mais pequeno do café. "Era a gente aqui a gritar golo e eles a vir a correr dali para ver aqui", conta a filha do Zé Luís, ao balcão de alumínio. "O meu pai já prometeu abrir um barril de cerveja no meio da rua mas só na final, só na final..."
Por esta altura, o campo anda feliz. Ele é bandeiras portuguesas nos mais improváveis dos cenários: Uma bandeira irrompe colorida no meio de um campo de milho, outra agita-se ao vento presa por arames a uma chaminé antiga e as vinhas perderam a unanimidade do verde para se pintalgarem de vermelho. Aldeões circulam em motorizadas ou camionetas de caixa aberta com bandeiras desfraldadas. "Uh, aqui no dia do Portugal-Inglaterra foi uma loucura", conta a filha do dono do Café Maçudo, na aldeia das Bairradas, a cinco quilómetros de Figueiró dos Vinhos. "Estava pessoal até na rua..." O pior é que o Zé Luís, dono do Maçudo, instalou uma televisão grande no salão dos jogos para toda a gente poder ver o jogo mas esta estava sintonizada na Sport TV e tinha um desfasamento de três segundos em relação ao televisor mais pequeno do café. "Era a gente aqui a gritar golo e eles a vir a correr dali para ver aqui", conta a filha do Zé Luís, ao balcão de alumínio. "O meu pai já prometeu abrir um barril de cerveja no meio da rua mas só na final, só na final..."
2 Comments:
At 9:01 da tarde, Anónimo said…
bem e sempre bom reviver o passado...
e que conste que esse barril sempre foi aberto na rua, literalmente, para quem quisesse... so foi pena a final nao ter Sido nossa...
At 11:55 da tarde, Anónimo said…
Muitas memórias em cada um desses cafés...
E tantas lágrima por causa dessa final..
Mas antes da final, isso sim!! Foi tudo ao banho na fonte luminosa!
:)
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